O Cérebro da Criança: O Que Toda Mãe Precisa Saber

O desenvolvimento infantil é um tema vasto e fascinante, especialmente quando falamos sobre o cérebro das crianças. Dos 1 aos 7 anos, o cérebro passa por mudanças cruciais que afetam diretamente o comportamento, as emoções e as habilidades cognitivas dos pequenos. Compreender como o cérebro funciona durante essa fase ajuda os pais a oferecer o suporte adequado para estimular um desenvolvimento saudável. Inspirados no livro O Cérebro da Criança, de Daniel J. Siegel e Tina Payne Bryson, exploraremos o que acontece nessa fase e como usar 12 ferramentas práticas para auxiliar as crianças no seu processo de crescimento emocional e cognitivo.

Como Funciona o Cérebro da Criança?

Entre 1 e 7 anos, o cérebro da criança está em pleno desenvolvimento. Nessa fase, duas áreas principais estão em destaque: o cérebro inferior e o cérebro superior. O cérebro inferior é responsável por funções básicas e automáticas, como reflexos, emoções primárias e reações de sobrevivência. Já o cérebro superior é responsável por funções mais complexas, como o raciocínio, a empatia, a resolução de problemas e o autocontrole.

No início da vida, o cérebro inferior tende a ser mais ativo, o que explica reações emocionais intensas, como birras e comportamentos impulsivos. À medida que o cérebro superior se desenvolve, a criança começa a adquirir habilidades como a capacidade de pensar antes de agir e regular suas emoções. No entanto, esse processo é gradual, e as crianças precisam de ajuda para integrar as diferentes partes do cérebro e aprender a usar suas funções mais avançadas.

O Que Esperar Entre 1 e 7 Anos:
Cada criança se desenvolve em seu próprio ritmo, mas algumas características são comuns a essa faixa etária:

• 1 a 3 anos: Nessa fase, as crianças estão aprendendo sobre autonomia e independência. A linguagem está em desenvolvimento, e o comportamento é impulsivo. As emoções são grandes, e a criança ainda não tem capacidade de autorregulação.
• 4 a 5 anos: Com o aumento das habilidades de linguagem, as crianças começam a usar palavras para expressar suas emoções, mas o controle emocional ainda é limitado. Começam a demonstrar mais empatia e compreensão dos sentimentos alheios, mas os impulsos ainda prevalecem.
• 6 a 7 anos: O cérebro superior começa a ganhar força, permitindo uma maior capacidade de raciocínio lógico e controle emocional. A criança se torna mais independente, mas ainda precisa de apoio para entender emoções complexas e resolver problemas de forma eficaz.

As 12 Ferramentas do Livro O Cérebro da Criança:

No livro O Cérebro da Criança, Siegel e Bryson apresentam 12 estratégias práticas para ajudar os pais a fomentar o desenvolvimento saudável do cérebro infantil. Essas ferramentas são desenhadas para ajudar as crianças a integrar as diferentes partes do cérebro e desenvolver habilidades emocionais e cognitivas mais avançadas. Vamos a elas:

1. Conecte e Redirecione: Quando a criança está emocionalmente sobrecarregada, conecte-se primeiro com seus sentimentos e depois redirecione o comportamento. Exemplo: Se a criança está frustrada, valide o sentimento antes de sugerir uma solução.
2. Nomeie Para Domar: Ensine a criança a identificar e nomear suas emoções. Isso ajuda a reduzir o poder dessas emoções sobre o comportamento.
3. Engaje o Cérebro Superior: Em vez de punir ou repreender, incentive a criança a pensar e resolver problemas. Pergunte, por exemplo: “O que podemos fazer para resolver isso?”
4. Use Memórias para Crescer: Fale sobre situações passadas para ajudar a criança a processar experiências difíceis. Isso a ajuda a organizar memórias e a entender suas emoções.
5. Deixe Sentir: Permita que a criança sinta suas emoções sem tentar “consertar” tudo imediatamente. Isso a ajuda a entender e lidar com sentimentos difíceis.
6. Controle a Tempestade: Quando a criança está no meio de uma “tempestade emocional”, ajude-a a se acalmar, sem tentar argumentar ou racionalizar até que ela esteja mais tranquila.
7. Minimize, Maximize: Ajude a criança a ampliar sua percepção, ensinando-a a ver que nem tudo é tão terrível quanto parece, e que ela pode lidar com os desafios.
8. Andar na Linha do Equilíbrio: Ajude a criança a equilibrar suas emoções e comportamentos, incentivando o uso tanto do lado emocional quanto do racional do cérebro.
9. Movimente-se: O movimento físico pode ajudar a melhorar o humor e regular as emoções da criança. Encoraje brincadeiras ao ar livre e atividades físicas.
10. Torne o Impossível, Possível: Ajude a criança a ver que situações difíceis podem ser resolvidas com paciência e esforço, reforçando a resiliência.
11. Repare Conexões: Quando houver conflito ou rompimento na relação, como após uma briga ou desentendimento, restaure a conexão com a criança antes de focar no comportamento.
12. Desenvolva a Mente do Eu: Incentive a criança a ter momentos de reflexão, ajudando-a a se entender e desenvolver autoconsciência. Práticas como a meditação infantil podem ser introduzidas gradualmente.

O Papel dos Pais no Desenvolvimento do Cérebro:

Os pais são fundamentais no processo de desenvolvimento do cérebro das crianças. Criar um ambiente seguro e previsível, oferecer carinho e validação emocional, e usar estratégias que integrem o cérebro emocional e racional ajudam as crianças a desenvolverem uma mente saudável e equilibrada.

Além disso, os pais podem modelar comportamentos e reações que promovem o equilíbrio emocional. Isso significa que, ao lidar com o estresse de forma calma e construtiva, os pais ensinam seus filhos a fazer o mesmo. Por meio do exemplo e do suporte emocional, os pais desempenham um papel crucial no fortalecimento do cérebro em desenvolvimento.